O Anuário do Cooperativismo, em 2020, apontava a operação de 5,3 mil cooperativas de crédito no Brasil. Há dois anos, eram pelo menos 15,5 milhões de associados e cerca de 427,5 mil trabalhadores empregados pelo setor, segundo o relatório.
As origens do modelo de cooperativismo de crédito remontam ao distante século 19. Naquela época, os jesuítas criavam áreas rurais produtivas destinadas à compra e venda. O tempo passou e a atividade foi além, ampliando as suas potencialidades.
Atualmente, o cooperativismo de crédito é um dos pilares que contribuem para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.
Entre os seus diferenciais, está a inserção dos clientes em uma série de decisões que os correntistas dos bancos comuns não têm acesso.
Neste artigo, apresentaremos a você um panorama completo sobre a atuação das cooperativas em território brasileiro.
Saiba quais são as suas vantagens, como a tecnologia pode ser uma aliada para a experiência do cliente e muito mais.
Boa leitura!
O que é uma cooperativa de crédito?
O Banco Central do Brasil define as cooperativas de crédito como instituições financeiras formadas pela associação de pessoas para prestar serviços monetários exclusivos apenas aos cooperados. Os clientes utilizam os produtos e serviços dos estabelecimentos, mas também são considerados donos, já que participam da sua gestão.
Cartões de crédito, empréstimos e financiamentos são algumas das soluções disponibilizadas por esses estabelecimentos.
Entre os seus principais diferenciais, em relação aos bancos tradicionais, está justamente o poder de voto dos consumidores, que participam ativamente da condução dos negócios.
Além disso, os resultados positivos das cooperativas de crédito, chamados de sobra, são divididos entre os clientes. O cálculo é feito em proporção com o que cada um realiza com a cooperativa de crédito.
A história do cooperativismo de crédito no Brasil
O papel dos jesuítas, como mencionamos anteriormente, moldou uma série de atividades que eram semelhantes ao cooperativismo. Após a colonização do país, no século 19, os primeiros passos para o desenvolvimento do modelo se concretizaram na década de 1900.
A primeira cooperativa voltada ao crédito na América Latina foi a Sicredi Pioneira/RS, que iniciou as suas operações em 1902, no Rio Grande do Sul.
Pelas mãos do padre jesuíta Theodor Amstadt, a ideia era oferecer serviços a pequenas comunidades rurais, sem se importar com o capital social dos clientes da época.
Em 1903 e 1907, respectivamente, a publicação de decretos permitiu tanto criação de caixas rurais e cooperativas de produção e consumo, quanto a fundação de sociedades anônimas ou em nome coletivo. A partir de 1920, as cooperativas de crédito passaram a ser principais responsáveis pelos financiamentos destinados à produção rural.
Legislação cooperativismo de crédito no Brasil
Em 1932, o governo atualizou novamente a legislação e criou quatro tipos de estabelecimentos dessa natureza:
1. Cooperativas de crédito agrícola: devem ter no quadro social pelo menos 60% de agricultores.
2. Cooperativas de crédito mútuo: exige vínculo entre os associados (classe, empresa ou profissão, por exemplo).
3. Cooperativas populares de crédito urbano: permitem a entrada de pessoas de qualquer atuação profissional.
4. Cooperativas de crédito de classes, empresas ou profissionais: não possui exigências para o vínculo, mas orienta que os associados tenham características em comum.
Em 1951, a então Caixa de Crédito Cooperativo, que havia sido criada pelo governo oito anos antes, transformou-se no Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC).
O órgão tinha como objetivo dar assistência e amparo às cooperativas do país e foi extinto em 1990. Diante disso, os estabelecimentos se viram obrigados a firmar convênios com outras instituições.
A inclusão das cooperativas de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN), confirmada pela Constituição Federal de 1988, já havia garantido novos horizontes às operações. Com isso, foi possível garantir adaptações seguras.
O crescimento do cooperativismo de crédito no Brasil
A expansão do modelo no país iniciou na década de 1990, desde que ele se constituiu como um relevante instrumento para o crescimento econômico. Por quê?
A resposta é simples: o cooperativismo de crédito proporciona a inclusão financeira de cidadãos com menor poder aquisitivo. Isso gera emprego e renda, bem como amplia a eficiência do SFN.
Além disso, o crédito concedido pelas cooperativas promove a aplicação de recursos privados e assume riscos a favor dos associados.
A formalização de poupanças e a concessão de financiamentos para projetos empresariais são pontos importantes para o crescimento local, a melhor distribuição de renda e o bem-estar social.
Em 2003, mais movimentos ampliaram o protagonismo das cooperativas voltadas ao crédito. Naquele ano, a abertura oficial ao crédito cooperativo foi formalizada por meio de duas resoluções do Banco Central.
A de número 3.106 permitiu a inclusão de microempresários e microempreendedores, via cooperativas de crédito. Já a resolução 3.140 estendeu as oportunidades de formalização de operações dessa natureza também a médios e grandes empresários.
Movimentos como esses contribuíram para o fortalecimento contínuo do segmento no Brasil. Não é à toa que, mesmo em cenários de instabilidade, ele manteve bons números.
Divulgado em junho deste ano pelo Banco Central, o Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) comprova a afirmação acima. Mesmo diante dos efeitos da pandemia, a trajetória de crescimento do crédito cooperativo seguiu em alta em 2020.
Naquele ano, a base de cooperados atingiu os 11,9 milhões, aumento de 9,4% em relação a 2019. As unidades de atendimento e os ativos locais também expandiram-se.
Segundo o relatório, eram pelo menos 7.321 postos de atendimento (crescimento de 5,1%) e R$ 371,8 bilhões em ativos em 2020. O aumento no valor financeiro foi impulsionado pela expansão da carteira de crédito e por operações de produtores rurais, micro e pequenos negócios.
Outro ponto importante se refere ao patrimônio das instituições. O documento aponta que o capital líquido das cooperativas de crédito singulares chegou a R$ 57,4 bilhões. Somado a isso, houve aumento nas receitas de serviços e expansão inferior das despesas administrativas.
Como funcionam as cooperativas de crédito no Brasil?
No início deste texto, mencionamos que as cooperativas de crédito se assemelham aos bancos tradicionais por oferecerem, por exemplo, possibilidades de empréstimos ou financiamentos.
Em alguns municípios do país, esses são os únicos estabelecimentos financeiros em operação sob a regulação do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para que possam competir de igual para igual com os bancos tradicionais, que têm fins lucrativos, as cooperativas são divididas em três níveis. A base, segundo a lei, está nas chamadas cooperativas singulares que operam em todo o país e devem ter, no mínimo, 20 associados.
Três singulares ocupam as estruturas das centrais ou federações corporativas. As confederações, por sua vez, exigem pelo menos três cooperativas centrais ou federações nas composições.
Os benefícios das cooperativas de crédito no Brasil
A isenção tributária, proporcionada pelo fato das cooperativas não terem fins lucrativos, traz diversas vantagens aos clientes. As principais delas são a facilidade de acesso ao crédito e a garantia de rendimentos maiores.
Os empréstimos e os financiamentos são alguns dos serviços que podem ser contratados pelos associados com taxas mais baixas e, consequentemente, mais fáceis de serem pagos.
Sem custos para a operação das cooperativas, também é possível entregar rendimentos acima dos propostos pelos bancos tradicionais, sem esquecer, é claro, da cota de participação de resultados distribuída aos membros.
As cooperativas de crédito e a transformação digital
Fidelizar clientes cada vez mais conectados e, com agilidade, oferecer serviços que se adequem às suas necessidades. Esses são apenas alguns dos desafios do cooperativismo de crédito na atualidade que a transformação digital coloca.
Sites responsivos e aplicativos que permitam um cadastro rápido, por exemplo, são soluções importantes na era digital. Solicitar cartões e acompanhar investimentos com apenas alguns cliques é algo que os cooperados também desejam hoje em dia.
A digitalização de processos e o acompanhamento das movimentações financeiras dos associados contribuem para que as instituições ofereçam as melhores soluções. Diferentes recursos tecnológicos de ponta podem ser utilizados para aperfeiçoar o que é oferecido ao cliente e fidelizá-lo.
O Motor de Decisão nas operações das cooperativas de crédito
Cada vez mais, cooperativas de crédito têm se adequado às tendências do universo digital. Com um volume de dados progressivamente maior, é fundamental utilizar recursos tecnológicos para processar as informações e proporcionar a testagem de cenários em ambientes internos e externos ao seu negócio.
A integração com bureaus e o tratamento de dados alternativos facilita o acesso aos dados pelas cooperativas. Isso agiliza a construção de excelentes políticas de crédito, reduzindo custos com a contratação apartada de cada um deles.
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