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Após período de alta, demanda por crédito recua 17% em abril

Na comparação anual, a queda chegou a 30%. Resultado negativo põe fim ao bom momento registrado em março

A demanda por crédito no Brasil recuou 17% em abril, quando comparada com o mês anterior. Esse resultado interrompe a recuperação registrada em março, quando a alta de 25% colocou fim na sequência de quedas nos dois primeiros meses do ano.  Os dados são do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), indicador que mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços. A maior perda ficou com o varejo, que recuou 24%, ainda na comparação mensal, seguido dos bancos (-19%). O setor de serviços registrou queda de 1%.

Já na comparação anual, a queda foi ainda maior, chegando a -30% em relação a abril de 2022. O indicador foi puxado principalmente pelo varejo, que recuou 47%. Já a demanda dos bancos e financeiras reduziu 29%, enquanto para serviços a queda foi de 3%.

Resultado previsto

Breno Costa, diretor da Neurotech e responsável pelo indicador, lembra que um possível recuo já não era tratado como surpresa. “Os números de março animaram o mercado de crédito, mas sem perder a cautela pois o mês de fevereiro é mais curto e, neste ano, o carnaval reduziu ainda mais a quantidade de dias úteis. Por isso o crescimento já era esperado (para março), mesmo com o momento de crise do crédito. Em abril, essa crise ficou novamente evidente”, afirma.

Vale lembrar que o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC) considera todas as consultas feitas no período, mesmo aquelas que não resultaram de fato em um financiamento, por exemplo. Com isso, segundo Breno Costa, a influência do atual cenário econômico fica mais evidente. “Fatores como desemprego ainda em nível preocupante, juros restritivos e contração da renda causaram o endividamento das famílias e, por consequência, o aumento da inadimplência.  Eles reduzem as consultas das pessoas à possibilidade de buscar financiamentos, levando à queda da demanda”, explica o diretor da Neurotech.

Cenário varejista

No varejo, os únicos segmentos que apresentaram crescimento em relação a março foram lojas de departamento (13%) e vestuário (8%). Já o ranking de quedas ficou assim: supermercados (-38%); eletromóveis (-31%); outros (-17%); e móveis (-3%).

O ranking do INDC por segmento de março (comparação anual) ficou assim: supermercados (-33%); outros (-30%); eletroeletrônicos (-28%); vestuário (-8%); lojas de departamentos (-3%) e móveis (+30%).

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