Apesar de manter o interesse por crédito em alta, o consumidor brasileiro dá sinais de que vai privilegiar gastos em áreas essenciais enquanto aguarda que sejam resolvidas as recentes incertezas surgidas no cenário econômico. Essa é uma das principais constatações do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). A pesquisa registrou um crescimento de 3% no total da busca por financiamento em setembro, na comparação com agosto.
Entre as três categorias monitoradas mensalmente pelo estudo, o segmento de bancos e financeiras ficou praticamente estável, com uma alta de apenas 2%. Enquanto isso, o destaque positivo ficou por conta dos serviços, com acréscimo de 25%. Já o varejo foi o responsável pelo maior indício de mudança de comportamento das famílias, apresentando uma queda de 4% no volume de pedidos. “É preciso lembrar que setembro tem menos dias úteis que agosto”, afirma o diretor executivo da Neurotech, Breno Costa.
Ao analisar individualmente as subcategorias do setor varejista, a escolha das pessoas por fazerem gastos em áreas consideradas mais essenciais fica mais claramente demonstrada. Lojas de móveis e eletrodomésticos, por exemplo, registraram quedas de 70% e 32% respectivamente nas solicitações. Em contrapartida, os pedidos de empréstimos para compras em supermercados somaram o maior crescimento do ano, alcançando o patamar de 119% acima do acumulado em agosto.
Movimento natural
Para Costa, esse é um movimento natural do consumidor. Segundo ele, nos meses anteriores o INDC registrou a recuperação do ritmo natural de demanda por crédito que havia antes da pandemia. “Agora que as necessidades mais urgentes represadas durante o período de confinamento já foram sanadas, é natural que haja um movimento na direção da neutralidade, com investimentos apenas em itens essenciais, enquanto as pessoas esperam sinais mais claros sobre os rumos da economia nos próximos meses”, diz.
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Numa análise anual, o mês de setembro de 2021 acumulou um volume 8% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Neste sentido, o setor de serviços aparece como o mais importante motivador de pedidos, tendo sido responsável por 42% a mais neste ano contra 2020. O segundo melhor desempenho foi o do varejo, com 11% superior. Já os empréstimos pedidos em bancos ou financeiras ficaram apenas 2% acima do montante acumulado 12 meses atrás.
Acompanhe o INDC: https://www.neurotech.com.br/demanda-credito-cresce-11-em-agosto-2021/