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Cadastro positivo ajudará consumidor?

O Cadastro Positivo, como foi aprovado pelo Senado, poderá ser uma grande ferramenta para expandir o crédito. Simulações do Banco Mundial indicam que a inadimplência do crédito cairia de 3,37%, sobre empréstimos concedidos com base apenas informações negativas, para 1,84% de inadimplência para informações negativas e positivas.

No entanto, o Cadastro Positivo por si só não garante automaticamente uma queda dos juros e do spread bancário, se o sistema financeiro não o usar de forma apropriada. Para que isso ocorra, as instituições terão que oferecer crédito individualizado, usando a ferramenta para adequar suas ofertas ao perfil de cada um dos consumidores – e isso será um desafio para as instituições mais tradicionais.

O sistema financeiro já dispõe de várias ferramentas para identificar o perfil do tomador de crédito e continua ampliando os investimentos em análise de dados. Essas soluções, porém, não são utilizadas hoje para a redução da taxa de juros.

Servem, somente, para a garantia de concessão de crédito, o que acaba levando o bom pagador para a vala comum no que se refere aos juros.

O Cadastro Positivo pode, efetivamente, resultar em redução do spread, porém esse movimento será mais natural no caso das fintechs de crédito que podem capitanear esse movimento a partir de uma análise mais completa, abrindo caminho para instituições dispostas a trabalhar com juros variáveis.

Em suma, vai ganhar mercado quem visar também a redução do custo do dinheiro e não apenas a redução da inadimplência.

DOMINGOS MONTEIRO – CEO da Neurotech, especialista em Inteligência Artificial

Fonte:Jornal do Comércio