TECNOLOGIA

Como foi a experiência no Web Summit em Lisboa? O Rock in Rio da inovação!

Muita gente me questionou: “Como foi o Web Summit? Valeu a pena? O que você achou?”.

Primeiro, é importante falar do meu perfil e do que estou acostumado. Sou empreendedor técnico, com background em ciência de dados e acostumado a participar de eventos bem especializados, que discutem o estado da arte em detalhes, como vocês viram no artigo do KDD 19 no Alaska. Outros tipos de eventos que costumo participar são pela minha veia empreendedora, como o Scale-up Summit, da Endeavor, ou por minha atuação em produto, como o Product Camp.

O Web Summit não é nada disso. Nem é produto, nem é IA, nem é empreendedorismo… mas é tudo isso ao mesmo tempo. Como pode? Para começar, você se assusta com tamanho do evento: desde quando pousei em Lisboa, onde tinha uma área exclusiva para quem estava participando do evento, até na chegada do ginásio. Uma multidão!!!

Em Lisboa, vi pessoas que só tinha visto “na Internet”. Vi Edward Snowden (bom, esse aqui não vi ao vivo e a cores porque, se estivesse presencialmente em Portugal, seria preso); Margrethe Vestager, comissária da União Europeia para a Concorrência, que falou bastante sobre competição, como as grandes empresas precisam parar de falar que vão fazer ações de não concorrência, dar mais transparência para o algoritmo e realmente colocar em prática ações. Neste sentido, Zuckerberg foi o campeão da crítica.

Ainda falando sobre as presenças, foi interessante ver Ronaldo Fenômeno falando da experiência de como é ser dono de time e não mais um jogador de futebol. Impressionante o carisma e simplicidade do Fenômeno.

E teve muito mais… até cachorro da Boston Dynamics! Foi bem legal, bem diferente do que eu estou ambientado: um evento grandioso, com mais de 70.000 inscritos e muito conteúdo sobre startups.

Mas a pergunta é: o que levar desse evento?

Claro que a resposta vai depender do perfil de cada um, mas sem dúvidas no meu caso, a resposta é: valeu muito a pena! Engraçado que minha expectativa era completamente diferente.

Saí do Brasil para encontrar conteúdo novo, algo que pudesse revolucionar as indústrias em que a Neurotech atua. Claro que tiveram coisas disruptivas como a Boston Dynamics, que eu já conhecia, e a Nutrix, uma startup sediada em Basileia, na Suíça; eles desenvolveram um microssensor que, colocado na parte de trás de um dente, mede os níveis de glicose na saliva.

Saí do Brasil para encontrar conteúdo novo, algo que pudesse revolucionar as indústrias em que a Neurotech atua. Claro que tiveram coisas disruptivas como a Boston Dynamics, que eu já conhecia, e a Nutrix, uma startup sediada em Basileia, na Suíça; eles desenvolveram um microssensor que, colocado na parte de trás de um dente, mede os níveis de glicose na saliva.


No entanto, houve muito mais do mesmo. Escolhi a trilha de marketing e vendas por ser a mais nova vertical que estamos desenvolvendo na Neurotech. Lá, não vi nada novo. Pelo contrário, para quem está acostumado com eventos mais detalhados, fica até uma frustração.

Cheguei à conclusão que o Web Summit é o Rock in Rio da inovação: você não vê nada realmente “novo”, mas vê grandes estrelas, consegue viver experiências novas e encontra com muita gente interessante entre uma atração e outra.

Mas o mundo dá voltas, não é mesmo? Tenho um Evernote para anotar tudo o que apareceu, principalmente novas ideias e contatos.

Fazendo a revisão, fiquei impressionado como a quantidade de idéias e insights que sugiram. Melhor ainda: a quantidade de gente diferente e com pensamento diferente que conheci e tive a oportunidade de conviver mais por uma semana.

Essa reviravolta me fez refletir que uma semana longe do dia a dia da Neurotech — e com o foco em pensar no novo e no que pode ser feito diferente de alguma forma — me transformaram em um empreendedor melhor, que entende que o diferente é que faz a diferença.

A conclusão a que cheguei é que a inovação está dentro de você, a inovação e disrupção vêm de um ambiente que facilite e incentive a criação. Inovação não é criar nada novo e ser reconhecido como inventor. É sim, fazer algo de uma forma melhor, mais barata e com a satisfação do cliente. Voltei de lá com muito gás para fazer e acontecer na nova vertical de marketing e vendas, claro, usando Big Data e Machine Learning como ferramental para entregar mais valor para os clientes da Neurotech. Vamos nessa que 2020 já está aí!!!