ANÁLISE DE CRÉDITO
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Dados do cadastro positivo mudarão a análise de crédito e devem reduzir juros

Em outubro de 2019, a legislação sobre o Cadastro Positivo entrou em vigor e a medida deve devolver crédito para consumidores antes negativados. O cadastro é um banco de dados com informações sobre o histórico de pagamentos dos brasileiros, ou seja, os financiamentos feitos por eles, o valor e o número de parcelas assumidas, a pontualidade na quitação entre outros dados. E ainda informações referentes aos pagamentos de serviços continuados, conta de água, luz, gás, telefone fixo e móvel e TV a cabo. Com base neste perfil, cada pessoa terá uma nota de crédito (score).

A novidade altera a forma como as empresas enxergarão os clientes. Até então, a análise de crédito considerava os dados do cadastro negativo. Nele constavam as contas não pagas e as decisões eram tomadas sem levar em conta os imprevistos. Bastava um deslize para o número de CPF do consumidor entrar na lista do cadastro e novos créditos serem negados.

Um estudo feito pelo Banco Central brasileiro aponta que, nos Estados Unidos, a criação de um sistema de Cadastro Positivo, fez 80% da população passar a ter acesso a crédito e houve redução da inadimplência. Enquanto que no México e na Colômbia o impacto foi no crescimento na concessão de crédito, principalmente para a população de baixa renda e para públicos que tinham mais dificuldade de acessar linhas mais baratas.

Segundo o Banco Central, o Cadastro Positivo pode aumentar em R$ 600 bilhões na carteira de crédito com recursos livres e movimentar mais R$ 450 bilhões em impostos federais e R$ 200 bilhões em arrecadações estaduais nos próximos dez anos.

Cadastro Positivo – Mais negócios e menos juros

Mas por que o novo cadastro deve facilitar o acesso a crédito mais barato? Isso porque haverá mais dados disponíveis para as empresas analisarem e eles estarão liberados para todos. Hoje, de acordo com a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD), apenas os cinco maiores bancos do Brasil respondem a 71% de todo o crédito concedido no país.

Como eles atendem a maior parte dos brasileiros, guardam nos seus cadastros informações valiosas dos seus clientes. Assim, conseguem analisar o perfil de cada um de maneira segura, saber qual a taxa de juros cobrar e definir quem oferece maior risco de inadimplência. Agora estes dados não ficarão centralizados nestas poucas instituições.

Com isso, as análises serão feitas com mais segurança em relação à qualidade de informação e consumidores terão uma pontuação. É ela quem vai influenciar a taxa de juros a ser cobrada. Se a pessoa pagar todos os compromissos em dia, terá o score mais alto e consequentemente, mais benefícios como pagamento de juros menores.

Dados ajudam a prever índice de risco do consumidor

Com a nova legislação, o cadastro será aberto automaticamente e os consumidores receberão um comunicado informando a abertura.

Para os especialistas, fazer parte da lista trará vantagens. Com ele os bons pagadores serão reconhecidos, os credores poderão avaliar todo o histórico de pagamento e não apenas as dívidas, aumentará as oportunidades de crédito e, em alguns casos, com juros menores, financiamentos e prazos personalizados para cada perfil.

Segundo estimativa da Serasa Experian, cerca de 137 milhões de brasileiros pode entrar no cadastro, entre eles, pouco mais de 22 milhões se encontram com limitações para conseguir crédito, mas podem apresentar histórico de bom pagador. Além deles não conseguirem comprar, muitos negócios estão deixando de vender para estas pessoas, pois não conhecem o real potencial de crédito delas. Nesta balança, todos estão perdendo.

Com o novo cadastro, os pagamentos em dia de contas como luz, telefone, TV a cabo, impactarão positivamente na nota de crédito da pessoa. Dificuldades pontuais não devem ser os únicos fatores analisados, outros dados entrarão na conta.

E quanto mais informações a empresa tiver do cliente, mais apurada e rápida será a análise. Os negócios também poderão somar informações que detenham sobre os clientes e contar com a ajuda da tecnologia, como inteligência artificial, para traçar os perfis.

Na verdade, atualmente, o sistema financeiro já utiliza várias ferramentas para identificar o perfil do tomador de crédito. E continuamente investe e amplia a análise de dados, contando com o poder as aplicações de IA para tornar o processo mais ágil e assertivo, além de melhorar os índices de inadimplência e os spreads.

Se antes boa parte das informações ficava retida em poucas instituições, com o Cadastro Positivo elas estarão abertas a todos. As empresas que souberem fazer bom uso destas informações, utilizando ferramentas adequadas, como IA, para alinhar a oferta ao perfil de cada consumidor vão lucrar mais.

Considere que, apesar da haver mais dados disponíveis, as ofertas precisam ser mais personalizadas para conquistar o consumidor. Apenas com o uso da tecnologia é que esse tipo de segmentação poderá ser feita com mais precisão e eficiência.

O que é Big Data?

Basicamente, Big Data utiliza tecnologias para armazenar, selecionar, processar, gerir e gerar insights a partir de grandes volumes de dados. Estes dados podem estar organizados em bases de dados – estruturados – ou espalhados em meios que necessitam de tratamento especial, de maneira rápida e efetiva – não estruturados.

Big Data envolve a junção de elementos: um conjunto de dados que cresce exponencialmente e necessita de habilidades, computadores em nuvem ou da própria empresa que forneçam a infraestrutura necessária, além das ferramentas típicas de gerenciamento e processamento de informações.

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