INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL VAREJO

Fraqueza das vendas ressalta importância do uso de novas tecnologias

As vendas do varejo cresceram 0,4% em janeiro. Apesar do avanço, é o pior resultado para o mês desde 2016, quando registrou queda de 2,6%. Em dezembro, o comércio havia recuado 2,1%. Os dados com ajuste sazonal (espécie de compensação sobre eventos isolados do período para comparação) foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira.

Para compensar as menores vendas, grandes redes varejistas têm lançado mão das novas tecnologias que permitem reduzir custos e otimizar as vendas, como a Inteligência Artificial (IA).


“Há aplicações bem sofisticadas em uso. Elas combinam centenas de variáveis que possibilitam identificar os preços e promoções ideais. Como são variáveis importantes na decisão de compra do consumidor e, ao mesmo tempo, importantes para o varejista não perder margem, é fundamental monitorar a concorrência”,
 diz Rodrigo Cunha, sócio da Neurotech, empresa pioneira na aplicação prática de inteligência artificial no mercado varejista brasileiro.

Tal acompanhamento auxilia na definição dos valores cobrados pelos produtos, que trarão um equilíbrio entre o que é praticado pela concorrência e o controle da margem.

Com o uso de IA, a demanda passou a ser mais previsível, o que permite, entre outros, aprimorar o controle de estoque e a estratégia de vendas.

“Na Neurotech, já tivemos experiência de relacionar, por exemplo, clima e trânsito para prever o fluxo de lojas, o que se faz por meio da combinação de fontes públicas disponíveis na internet. Um grande conjunto de variáveis externas são usadas no país para prever a demanda”, ressalta.

Aqui no Brasil o varejo está começando a se habituar com o uso da AI para conquistar novos clientes, fidelizar os atuais, ampliar o leque de vendas dos varejistas e identificar tendências de consumo por perfil de consumidor. “Isso ocorre principalmente por causa da cadeia de marketing e vendas, que é a mais sensível aos avanços da IA. O varejo é um heavy user desses recursos, devido ao contato direto com o consumidor”, observa Cunha, da Neurotech.

A IA tem servido para a identificação do perfil de consumo e comportamento dos clientes, não somente por grandes varejos internacionais, mas também por redes varejistas brasileiras de médio porte. “As ofertas passam a atender exatamente à necessidade do consumidor. Ao tornarem-se mais assertivas, aumentam o ticket do nosso cliente”, afirma Cunha.

A IA combina uma série de informações que possibilitam personalizar a abordagem e o atendimento a clientes que possuem determinados perfis. “É o que definimos como personas. A análise de clustering, técnica que agrupa dados semelhantes automaticamente, identifica os consumidores que têm maior aderência a um produto ou serviço. Assim, é possível não só aumentar a eficiência na aquisição de novos clientes, mas prevenir a perda de antigos (processo também conhecido por churn)”, explica.

RODRIGO CUNHA – Sócio da Neurotech, empresa pioneira na aplicação prática de inteligência artificial no mercado varejista brasileiro.

Fonte: Amazonas Notícias